Acho que todo mundo já sabe que eu sou muito fã da Malala Yousafzai. Acho que assim como a Anne Frank, a coragem e a determinação da Malala em prol da educação me inspira a fazer o mesmo e acreditar que a melhora pode e deve acontecer. Li Eu sou Malala ano passado e saí marcando inúmeras passagens do livro, então já dá pra perceber que quando soube do lançamento de Longe de casa, pirei total.
Longe de casa
Malala Yousafzai
Editora: Seguinte
Ano: 2019
Páginas: 184
Sinopse: Ao longo de sua jornada, a paquistanesa Malala Yousafzai visitou uma série de campos de refugiados, o que a levou a pensar sobre sua própria condição de migrante — primeiro dentro de seu país, ainda quando criança, e depois como ativista internacional, livre para viajar para qualquer canto do mundo, exceto sua terra natal. Em Longe de casa, que é ao mesmo tempo um livro de memórias e uma narrativa coletiva, Malala explora sua própria trajetória de vida e apresenta as histórias de nove garotas de várias partes do mundo, do Oriente Médio à América Latina, que tiveram que deixar para trás sua comunidade, seus parentes e o único lar que conheciam. Numa época de crises migratórias, guerras e disputas por fronteiras, Malala nos lembra que os 68,5 milhões de deslocados no mundo são mais do que uma estatística — cada um deles é uma pessoa com suas próprias vivências, sonhos e esperanças.
*E-book cedido em parceria com a Companhia das Letras
Esta resenha não contém spoilers.
Alerta gatilho: o livro em questão pode conter conteúdo sensível (porém não aparente para a autora dessa resenha)
Conteúdo sexual: não
A idade recomendada para leitura é acima de 14 anos.
Quero começar deixando bem claro que a pegada de Longe de casa é totalmente diferente de Eu Sou Malala. Como falei na resenha da autobiografia da Malala, a única parte que eu realmente não gostei foi a falta do toque pessoal da Malala em alguns momentos. Já que a autobiografia foi escrita com a participação de uma jornalista, muitas informações técnicas deixaram a leitura mais monótona pra mim. E foi justamente isso que percebi que mudou na narração de Longe de casa.
"Aquela tinha se tornado nossa vida. Nenhum de nós teria sido capaz de imaginar. Coisas assustadoras se tornaram normais."
Além de reunir relatos de imigrantes em primeira pessoa e com muita realidade e emoção, Malala está presente em tudo. Dá pra ver a diferença da autobiografia de cara. Longe de casa não conta a história da Malala, como ela mesma deixa claro que nem é preciso mais contar. Todos nós já conhecemos, então ela cede espaço para meninas contarem, do seus pontos de vista, como foi passar pelo mesmo terror que Malala passou anos atrás fugindo do Paquistão e lutando por uma vida melhor para ela e outras imigrantes.
"Sou parte do grupo de pessoas que não teve escolha a não ser deixar sua casa para trás. E, juntas, nossas histórias se espalham pelo mundo ao mesmo tempo que permanecem firmes em nossos corações."
Os relatos do livro são curtos, mas nem por isso deixam de transparecer a seriedade da situação. Tenho interesse em política internacional, imigração, guerras e lutas por direitos, então alguns dos relatos complementaram o que eu já sabia que estava acontecendo, mas nunca pela visão de quem está passando/ ou passou. Não contando passo a passo do que foi preciso fazer para fugir dos perigos de alguns países do Oriente Médio.
Longe de casa é uma leitura que não se restringe só a quem se interessa pela temática. É daqueles livros que a gente precisa ler, ter o choque inicial de realidade e ajudar e apoiar a luta, extremamente necessária.
"Se perder a esperança, pode olhar para si mesma e para o que já conquistou. Você já é forte."
*A renda proveniente deste livro será usada no Fundo Malala para a educação de meninas.
Deve ser excelente ela deve ter muita história para contar
ResponderExcluir