Meu, seu e nosso feminismo. Sim, de todos. (Resenha Sejamos todos feministas, Chimamanda Ngozi Adichie)





Sejamos todos feministas
Chimamanda Ngozi Adichie
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2014
Páginas: 63
Sinopse: O que significa ser feminista no século XXI? Por que o feminismo é essencial para libertar homens e mulheres? Eis as questões que estão no cerne de Sejamos todos feministas, ensaio da premiada autora de Americanah e Meio sol amarelo. "A questão de gênero é importante em qualquer canto do mundo. É importante que comecemos a planejar e sonhar um mundo diferente. Um mundo mais justo. Um mundo de homens mais felizes e mulheres mais felizes, mais autênticos consigo mesmos. E é assim que devemos começar: precisamos criar nossas filhas de uma maneira diferente. Também precisamos criar nossos filhos de uma maneira diferente." Chimamanda Ngozi Adichie ainda se lembra exatamente da primeira vez em que a chamaram de feminista. Foi durante uma discussão com seu amigo de infância Okoloma. "Não era um elogio. Percebi pelo tom da voz dele; era como se dissesse: ‘Você apoia o terrorismo!’". Apesar do tom de desaprovação de Okoloma, Adichie abraçou o termo e - em resposta àqueles que lhe diziam que feministas são infelizes porque nunca se casaram, que são "anti-africanas", que odeiam homens e maquiagem - começou a se intitular uma "feminista feliz e africana que não odeia homens, e que gosta de usar batom e salto alto para si mesma, e não para os homens". Neste ensaio agudo, sagaz e revelador, Adichie parte de sua experiência pessoal de mulher e nigeriana para pensar o que ainda precisa ser feito de modo que as meninas não anulem mais sua personalidade para ser como esperam que sejam, e os meninos se sintam livres para crescer sem ter que se enquadrar nos estereótipos de masculinidade. Sejamos todos feministas é uma adaptação do discurso feito pela autora no TEDx Euston, que conta com mais de 1 milhão de visualizações e foi musicado por Beyoncé.
Esta resenha não contém spoilers. 
O livro em questão não contém conteúdo sensível
Conteúdo sexual: não
A idade recomendada para leitura é 14 anos.

    Acho que sinceramente, um dos meus primeiros contatos com o feminismo foi com a Beyoncé e foi bem indireto. A música Flawless** é bem feminista e tem a minha parte favorita, um trecho de um discurso da Chimamanda Ngozi Adichie que eu, hoje, consigo falar de cor, em inglês. É muito importante pra minha "eu" adolescente que concordava com tudo aquilo, mas ainda não sabia que essa luta tinha nome. Foi só descobrir que é o feminismo que me intitulei feminista, sem pudor. Claro que desde então, levo uns olhares esquisitos, julgamentos e bastante machismo por usar esse termo, mas ser feminista e se intitular assim, como a Chimamanda deixa claro nesse livro, não é e nunca deveria ser um motivo de se sentir envergonhada pelo teor que a palavra leva de forma negativa. O feminismo é nosso e é de todos!

"Nós ensinamos as meninas a se sentirem menores. Nós falamos pra elas: 'você pode ter ambição, mas não muita. Você deveria querer ter sucesso, mas não muito ou você vai ameaçar o homem'. Porque eu sou mulher, esperam que eu queira me casar. Esperam que eu faça minhas escolhas na vida sempre lembrando que o casamento é o mais importante. Sim, casamento pode ser uma fonte de felicidade e amor mútuo, mas por que nós ensinamos meninas a quererem casar e não ensinamos o mesmo para os meninos? Nós criamos meninas para competir entre si, não para empregos ou realizações, que eu acho que seria algo bom, mas para a atenção do homem. Nós ensinamos às meninas que elas não podem ser seres sexuais como os meninos são. Feminista: uma pessoa que acredita na igualdade dos sexos social, política e econômica."


   Esse é o trecho do discurso da Chimamanda no TEDx e a Beyoncé usou na música Flawless***, mas também faz parte desse livro, já que ele é uma adaptação desse discurso para o formato escrito. Creio que por isso, se tornou um livro tão necessário para entender muito que anda acontecendo com a nossa sociedade e, muitas vezes, não percebemos. Pequenas coisas que acontecem que nos coloca de forma desigual se comparamos com os homens. 


⇾ Falei sobre o livro "Para educar crianças feministas", da Chimamanda, nesse post com várias passagens do livro e referências. Checa lá também!

    Ler esse livro tão curtinho foi gostoso, apesar do assunto ser mais triste do que parece. É triste, mas a gente não pode se deixar levar pela desigualdade assim. Entender e lutar contra ela é o que devemos fazer e qualquer tipo de leitura (confiável) sobre, te dá mais entendimento. Já tentei ler O Segundo Sexo de Simone de Beauvoir, já que é uma leitura importantíssima para o feminismo e não consegui passar do capítulo um. Por isso é importante começar do que você vai conseguir entender para  depois, se quiser, tentar ler livros mais técnicos e rebuscados. São igualmente valiosos. 

    Admiro demais a Chimamanda e esse é um daqueles livros curtos que se lê mais de uma vez na vida, com certeza. Já quero ler mais livros da autora. 

Comentários

  1. Infelizmente ainda não li o livro, mas a cada resenha que vejo tenho mais vontade. Até porque, o feminismo é um assunto que precisa ser discutido, principalmente para esclarecer a falta de conhecimento que leva algumas pessoas a terem uma visão deturpada do que ele é. Esse livro está entre os principais dos meus desejados. Adorei a resenha.

    Beijos, blog Mais um Capítulo . ♥

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    Respostas
    1. É realmente muito bom! Vale super a pena ler, sério!!! Aprendi demais <3

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