RESENHA: O Clube dos Oito - Daniel Handler

O Clube dos Oito
Daniel Handler
Editora: Seguinte
Ano: 2018
Páginas: 400
Classificação etária*: +16 anos || Adicione no Skoob - Compre aqui (Saraiva - Amazon - Ebook)
Sinopse: Como um grupo de jovens estudantes bem-educados acabou se envolvendo num escândalo que chocou um país? Por que tantos especialistas em comportamento juvenil têm algo a dizer quando o assunto é o Clube dos Oito? Até quando inúmeras manchetes de jornal e programas de TV sensacionalistas vão explorar o caso nos mínimos detalhes? Para fazer com que a verdade venha à tona, Flannery Culp, a dita líder do Clube, decide tornar público o diário que manteve ao longo do seu desastroso último ano de ensino médio. Agora que está presa por cometer um assassinato, a garota tem tempo de editar o que escreveu e revisitar a rotina que levava ao lado de seus sete melhores amigos. A narrativa de Flan, permeada de professores da pior índole, um amor não correspondido, aulas complicadas e jantares pomposos, comprova que ela pode até ser uma adolescente criminosa — mas, pelo menos, é uma adolescente criminosa muito inteligente.
*Exemplar cedido em parceria com a Companhia das Letras


      Confesso que fiquei ansiosíssima para ler esse livro assim que li a sinopse. Quem me acompanha por aqui sabe que estou numa vibe muito investigação criminal, assassinato, thrillers e dramas com mortes. Vai saber o que tá acontecendo né? E esse livro promete quase tudo isso e ainda por cima com adolescentes. Até agora, uma hora depois de ter finalizado a leitura, não sei dizer se foi uma leitura boa ou sem pé nem cabeça. 

"Talvez isso soe péssimo, mas gostaria de propor um brinde à esperança de sobreviver à escola. Minha irmã chorava o tempo todo de tanto estresse quando estava no último ano. Acho que esse tipo de coisa pode ser um teste às amizades, por isso quero propor um brinde a sermos cuidadosos e tentarmos chegar lá."

   Em O Clube dos Oito, conhecemos Flannery Culp, uma adolescente aparentemente normal (que comete um assassinato), que gosta de sair com os amigos e festejar. Ela e os amigos formam o tão famoso Clube dos Oito, com jantares especiais com muita bebida, drogas, sexo e curtição e, este está sendo julgado por assassinato. Esse livro é uma ficção, claro, mas Flannery narra da prisão, que todo o livro é seu diário escrito antes e até o momento do crime, adicionando revisões em acontecimentos do passado. 

   Não tem nenhum mistério em O Clube dos Oito. Antes mesmo de começar a ler, sabemos que Flannery Culp é uma assassina. O que nos faz querer ler? Saber quem ela matou, por que ela matou e se ela merece nossa piedade e compaixão. É assim que ela começa mostrando as primeiras páginas do diário dela, com observações escritas por ela na cadeia. Achei bem diferente esse estilo de narrativa e isso me prendeu demais. O problema aí foi o seguinte: as sequências da narração. A própria Flan fala que não se importa com o que faz sentido o ou não, pois é um diário. Isso é perceptível bem da metade pro fim, quando eu passei a ler uma página inteira sem entender quem é quem, quem disse o que, quem diabos estava narrando (mesmo sabendo que era o diário da Flannery) e por que tanto lenga lenga. 

"A esta altura do diário, você me ouviria dizer "Volte, Flannery. Comece do início". Ora, toda aquela merda de estrutura narrativa que aprendi na turma avançada de inglês não está me levando a lugar nenhum, meus caros amigos. Começarei por onde eu bem entender. Ninguém vai ler mesmo. (Foda-se a ironia, Foda-se.).

   O livro em si trata além do assassinato que sabemos que aconteceu, da rotina diária de Flannery com seus melhores amigos Natasha, V, Douglas, Kate, Gabriel, Jennifer Rose Milton e Lily, que formam o Clube dos Oito, com sua paixonite, Adam State, seu professor louco de Biologia e também dilemas polêmicos como alcoolismo, drogas, sexo, estupro, assédio sexual, anorexia e problemas sérios de auto estima. Minha crítica maior a esse livro foi como esses assuntos tiveram um espaço, mas mais como uma exposição e com certeza um gatilho. Não leia esse livro se você tem sensibilidade com algum desses assuntos, Daniel Handler os expõe de forma natural, pois a narração era o diário de uma adolescente de 17 anos no auge da loucura. 

   Não vou dizer que não me surpreendi. Na metade a gente tem certeza de quem Flan matou, o negócio é saber como e por que mesmo. Eu fiquei ligada no 220 com esse livro real, queria saber as coisas direito e Flannery contava com brechas. O livro tem um plot twist medonho que me fez parar e pensar O QUE???. Porém, é daqueles plots que quando a gente pensa no passado, vê que faz todo o sentido e fomos burros em não perceber. Foi uma leitura rápida (de 400 páginas!) e bem viciante, gostei da premissa, achei a narrativa super diferente (e o livro foi lançado em 1999 pela primeira vez) porém muito confusa depois, os personagens são incríveis (menos a Flannery porque que menina maluca, Senhor) e não consigo dar mais estrelas por alguns desses motivos e também por acontecimentos e fatos que ficam boiando na cabeça de quem está lendo e que não comentarei aqui, pois são spoilers. Resumindo, o Clube dos Oito é um bom livro, me impressionou, me viciou, mas eu esperava um pouco mais, sim.

"Tenho certeza de que você ainda vai fazer algo que vai obrigar o mundo inteiro a parar só pra prestar atenção."

Outros livros que resenhei sobre crimes: 



*Classificação baseada no meu senso de obscenidades

Comentários

  1. Oi Clarissa, não sou muito fã de livros adolescentes, mas o fato de ser uma trama viciante me chama atenção! Mas é bom alinhar as expectativas.

    Bjs, Mi
    O que tem na nossa estante

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  2. Todo livro que você resenha que tem esse tema macabro vai pra minha lista de futuras leituras, inclusive esse, que apesar dos probleminhas me deixou bem interessada.
    Beijo, www.apenasleiteepimenta.com.br

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  3. Oi, Clarissa! Tudo bom?
    Eu tinha curtido a premissa desse livro, mas agora fiquei com um pé atrás. Tive uma experiência ruim com um título que também não se importava com a cronologia/personagens na hora de contar a história e ai embananava tudo na minha cabeça.
    Acho legal quando autores usam recursos narrativos diferentes, mas tem que ter coerência.
    Adorei a resenha!

    Beijos,
    Denise Flaibam.
    www.queriaestarlendo.com.br

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  4. Fiquei curiosa, já quero ler!

    http://www.gotasdecafe.com.br/

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  5. Oi Clarissa, tudo bem??

    Eu adoro um suspense, mas confesso que pela sua resenha eu não me interessaria pela leitura não. Já li narrativa em forma de diários, mas pelo que você disse este tem umas partes bem confusas rs e isso me deixa bem frustrada. Um xero!

    https://minhasescriturasdih.blogspot.com.br/

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  6. Eu amo histórias de suspense, que pena que essa tem trechos confusos.

    www.kailagarcia.com

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  7. Olá,
    Uma pena que a leitura não foi ao todo agradável, mas o suspense garante boas reviravoltas. Eu estou esperando o meu chegar, to bem curiosa haha

    até mais,
    Nana - Canto Cultzíneo

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  8. Foi bom você ter avisado sobre os gatilhos porque eu sou super sensível pra alguns dos temas citados, então não vou nem inventar de ler rs.
    Achei bacana a história ter diversas reviravoltas, uma pena algumas partes terem ficado confusas.
    Beijos
    www.infinitafeminice.com.br

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  9. Oi, Clarissa! Tudo bem?!

    Eu também gosto bastante de livros dos gêneros que você citou no início do seu post, e por conta da sinopse do livro eu fiquei bem atenta à sua resenha. Achei bom você ter avisado a respeito dos gatilhos, mas como você também disse, o livro é uma espécie de diário de uma garota de 17 anos que está enlouquecendo (bom, pelo menos eu acho que ela estava ficando doida e não sabia o que era verdade ou não). De qualquer forma, fiquei curiosa para saber mais sobre o plot twist que te deixou de boca aberta. Se tiver uma oportunidade, irei ler.

    Beijão
    www.procurei-em-sonhos.com

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