RESENHA: A Caderneta Vermelha - Antoine Laurain

A Caderneta Vermelha
Antoine Laurain
Editora: Alfaguara
Ano: 2016
Páginas: 135
Adicione no Skoob - Compre aquiSinopse: Caminhando pelas ruas de Paris em uma manhã tranquila, o livreiro Laurent Letellier encontra uma bolsa feminina abandonada. Não há nada em seu interior que indique a quem ela pertence — nenhum documento, endereço, celular ou informações de contato. A bolsa contém, no entanto, uma série de outros objetos. Entre eles, uma curiosa caderneta vermelha repleta de anotações, ideias e pensamentos que revelam a Laurent uma pessoa que ele certamente adoraria conhecer. Decidido a encontrar a dona da bolsa, mas tendo à sua disposição pouquíssimas pistas que possam ajudá-lo, Laurent se vê diante de um dilema: como encontrar uma mulher, cujo nome ele desconhece, em uma cidade de milhões de habitantes?

    Esse livro estava a bastante tempo na minha lista de leitura e parado no meu Kindle. Só consegui finalmente resgatá-lo pra ler quando o adicionei na minha lista de leitura de 2017 no Skoob e dividi quais livros dessa lista eu leria em cada mês. Chegou a vez de A Caderneta Vermelha e eu me impressionei bastante com o estilo de escrita do autor francês Antoine Laurain.

"Uma e cinquenta e oito da manhã: era inconcebível bater à porta de algum vizinho. Nem mesmo a daquele cara gentil, cujo nome ela não tinha gravado, que se mudara recentemente para o segundo andar e trabalhava com histórias em quadrinhos. O hotel lhe surgiu como a única solução."

     No livro, o livreiro Laurent acaba encontrando uma bolsa feminina em cima de uma lata de lixo fechada de uma rua de Paris. Ele, curioso, acaba a levando para casa quando um local que fica com achados e perdidos tem hora de atendimento e este não se encaixa com sua agenda tumultuada na livraria. Ele leva a bolsa para casa achando que ele acharia a moça que teria supostamente sido roubada. Dentre todas as tralhas encontradas por Laurent, nenhuma indica a identidade da moça além de uma caderneta vermelha com anotações das mais simples as mais reflexivas sobre a tal moça da caderneta vermelha. 

"Eu sou o único a saber onde está a bolsa, pensou Laurent, e, se deixar aqui, ela será destruída pelos lixeiros ou roubada de novo. Então decidiu: pegou-a e desceu a rua."

     Estranhei o livro logo de cara. Eu nunca tinha lido um que a narração em terceira pessoa se misturasse às falas de uma forma que fosse quase impossível de identificar quem fala o quê. As falas não eram indicadas por travessão, nem muito menos aspas. Fiquei confusa muitas vezes e pensei mil vezes em desistir de ler só por essa dificuldade. No entanto, segui firme e forte e consegui me acostumar com esse estilo de escrita e depois que peguei a manha já lia sem perceber.

"Tenho medo de formigas vermelhas.
Tenho medo quando consulto minha conta bancária e clico em "Saldo disponível".
Tenho medo quando o telefone toca lá em casa de manhã bem cedo
."
     
     O livro é bem curtinho e a narrativa é realmente centrada na busca pela moça que fora roubada e teve sua bolsa abandonada. Outros fatos entram em conflito e o livro busca contar um pouco sobre todo o resto sem deixar de perder o foco. A narrativa é cheia de nomes de bairros franceses e, como eu amo Paris, fiquei encantada a cada menção à ruas que Laurent percorria. Algo que também achei encantador foi o fato de Laurent ser um livreiro. Como deve ser ótimo trabalhar em uma livraria na Cidade Luz?

     Porém, quando Laurent finalmente descobre a identidade da dona da bolsa, tudo parece ser perder nos capítulos e com cenas extremamente desnecessárias até descobrirmos mais sobre a mulher. Não esperava nada do que se sucedeu, mas foi uma danada de uma reviravolta. Confesso que gostei muito quando a narração focou na mulher da bolsa perdida e eu realmente li o final enquanto sorria.



Comentários

  1. Gostei da resenha e parece interessante o livro, mas não acho que é do tipo que eu compraria, sabe?
    Beijos
    http://sophiesamiesarfati.blogspot.com.br

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    1. É bastante! E te entendo, acho que minha chance dada foi repentina. Ele não tinha chamado tanto minha atenção, sabe?

      Beijoss

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  2. Oie!
    Acho que esse livro logo de cara não me chamaria atenção, achei o tema meio sério pra mim haha mas depois da resenha achei ele bem interessante, gostei da história do homem procurar pela dona da caderneta... só o fato das falas e ser narrado em terceira pessoa me deixariam bem cansada durante a leitura, não curto muito :x

    Beijinhos :)
    tipsnconfessions.blogspot.com

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    1. Oi, Raquel! Eu acho que Paris contribui bastante pra eu ter lido e gostado também porque a narração realmente me decepcionou bastante :(

      Beijoss

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  3. Oi, Clarissa!Tudo bom?
    Gostei da capa do livro, pena que não é muito o meu estilo de leitura. Mas eu li a sua resenha e fiquei feliz por você ter se identificado com a historia, com as citações das rua de Paris e tal.
    Beijos!
    5 O'clock Tea

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    1. Oi, Mi!
      Simm, achei demais as partes falando de Paris e me deixou ainda com mais vontade de visitar <333

      Beijoss

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  4. Oi, Clarissa!
    Esse babado das falas se misturarem com a narração é um ponto super negativo, pelo menos pra mim...
    Pelo que você falou na resenha, esse livro me lembrou bastante Charlotte Street.
    Beijos
    Balaio de Babados
    Concorra ao livro Depois do Fim autografado

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    1. Demaaais, Luiza. Nunca li Charlotte Street, mas só por você ter relacionado os dois acho que eu gostaria!

      Beijoss

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  5. Oi Clarissa!

    Já ouvi falar sobre esse livro, mas a premissa não me chamou muito a atenção. Gostei da resenha! Fico feliz que você tenha gostado, apesar das dificuldades da narração no início. Algo que achei bonito nesse livro é a capa. Achei super fofa!

    Beijos

    Vivian

    Saleta de Leitura

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    1. É bem isso que aconteceu comigo! Acho que realmente a narrativa me decepcionou bastante a ponto de querer desistir da leitura :(

      Beijoss

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  6. Comecei a ler esse livro mas ele não me prendeu. Preciso dar nova chance a ele...
    bjs

    Amor por Livros

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    1. Quase que eu desisto, Renata. Ele realmente não prende, infelizmente :(
      Beijoss!

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  7. Oi
    olha a sinopse chamou minha atenção, mas ao ler a resenha eu vi que era uma história que não leria, pena que a deu uma melhorada quando a mulher passou a ser narradora.

    momentocrivelli.blogspot.com.br

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    1. Exatamente. Acho que o lance da mulher ter uma parte no final melhorou um pouco. Se fosse colocado um pouco antes me faria gostar um pouco mais do livro!

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  8. Nossa me interessei muito pelo livro. E essa capa ta maravilhosa <3
    Já quero ler! Sei que vou gostar batsante
    http://b-uscandosonhos.blogspot.com.br/

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    1. Espero que goste mesmo, Kézia. É só ter um pouco de paciência com a narração e a lentidão haha <3

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  9. Oie Clarissa.
    Gostei bastante da capa desse livro ,mesmo ela sendo bem simples.E gostei da premissa dele também ,mas eu me incomodo bastante quando não consigo identificar quem esta falando.Acho que abandonaria

    Amei a resenha
    Meu mundinho quase perfeito

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    1. É simples mas bem charmosa né? Foi justamente essa parte da narração que me deixou pé atrás mesmo :/

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  10. Oi, Clarissa!
    Quando comecei a ler me lembrei de Charlotte Street. Um livro que eu não gostei nadinha, na verdade.
    Sem falar que essa mistura de falas e de se perder nelas, não é uma característica muito boa, né?
    Eu gosto de quando tudo fica bem explicadinho haha
    Beijinhos,

    Galáxia dos Desejos

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    1. Charlotte Street mais uma vez por aqui. Sério? Tenho o livro, mas até hoje não dei uma chance!
      Beijoss

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  11. Oieee!
    Eu vi tu falando desse livro no Instagram e fiquei super curiosa! Eu amo histórias francesas ou que se passam na França! Três dos meus autores preferidos da vida são o Gaston Leroux (o meu preferido) e os Alexandre Dumas pai e filho, então sempre que eu leio algo que se passa na França, eu lembro deles e é tão amorzinho <3
    Mas tu disse que é meio confuso né.. Hmm, mesmo assim fiquei curiosa!
    Beijosss
    seessemundofossemeu.blogspot.com

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    1. Conheço nenhum desses amiga, tu que é a amiga cult hahahha.
      França é a coisa mais linda, mas o livro realmente foi meio pombo viu? haha

      Beijoss

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