PRIMEIRAS IMPRESSÕES: Anne With An "E" da Netflix

   Não sei se vocês já ouviram falar, conhecem ou já assistiram uma das mais novas séries da Netflix, Anne With An "E", inspirada no clássico Anne de Green Gables. Eu mesma morri de felicidade assim que soube que ia lançar, principalmente porque sempre quis ler o livro e qual adaptação da Netflix não é ótima? Comecei a assistir quando lançou, mas meu período da faculdade apertou e não deu para eu terminar e escrever o primeiro post da coluna "primeiras impressões" aqui no blog. Finalmente, depois de meses, assisti ao primeiro episódio de 88 minutos e trago aqui o que achei e espero dos próximos episódios e da série em si.

Abertura da série. Foto: Netflix

     Primeiramente, devo dizer que Anne é uma menina incrivelmente inteligente. Sabe quando você olha para uma criança e pensa "meu Deus, que alma adulta!"? Pronto, foi isso mesmo que pensei ao conhecer Anne, com um "e". Ela é uma leitora assídua e gosta de falar com palavras difíceis, pois as fáceis não conseguem descrever a exuberância das coisas e o que ela realmente quer dizer. Além disso, a menina tem papas na língua, fala desde o Sol até sobre os pequenos grãos de terra que são esmagados enquanto a carroça passa pela estrada. Anne tem uma imaginação incrível e, mesmo sem amigos, consegue ter uma imaginação tão vasta que faz com que ela crie novos lugares só para ela.


      O primeiro episódio é bem longo, tempo de filme mesmo, e o começo é bem sem sal, confesso. Vemos apenas uma menina sendo adotada por um casal de irmãos, mas o problema é que ela foi levada por engano à casa. Queriam adotar um menino, para que ele pudesse ajudar com o trabalho braçal. Assim que Anne percebe o mal entendido, enlouquece, e, aos 13 anos, desenrola um discurso feminista de que se puder ficar, vai fazer sim o trabalho braçal sim senhor, pois não falta nada nela que algum menino tenha.

Foto: Vanity Fair

        Durante o episódio senti compaixão, amor e solidariedade. Acho que raramente assisto algo que me dá tantos sentimentos ao mesmo tempo e eu certamente nunca chorei em um primeiro episódio de uma série do jeito que chorei com esta. Mas Anne é simplesmente o que todos nós fomos quando criança, sonhadores e criadores de um mundo imaginário onde toda e qualquer tristeza não existe. Pelo menos eu sempre fui como a Anne, falava pelas culatras e antes de dormir, me imaginava como uma princesa que possui um dragão de estimação ou até mesmo uma fazendeira. Eram essas histórias que eu, meticulosamente, criava na minha cabeça e que antigamente não faziam sentido pra mim. Com Anne percebo que só quem lê bastante tem a audácia de criar toda uma história, com personagens, ambientações e amigos mil vezes mais leais do que costumávamos ter.

      Agora quero muito terminar toda a série e já vou colocar Anne de Green Gables, o livro que foi inspirado para fazer a série, no topo da minha lista de livros a comprar. Espero consegui-lo na Black Friday e que daqui pra lá eu já tenha me apaixonado mil vezes mais pela Anne, com um "e".

Foto: Chá Comigo

      Além da história linda, vale dizer que as filmagens da série são incríveis. Sei que não presto muita atenção nessas coisas e nem trago para minhas resenhas. Não sei se são as aulas de Audiovisual entrando no meu cérebro de vez, mas cada take é mágico. A câmera flutua de um jeito que me fez realmente me imaginar em Green Gables.