A Girl Like Her e o Setembro Amarelo

Reprodução: Youtube

          Hoje vim aqui com o intuito de fazer não apenas uma resenha sobre um filme porque por mais que eu tenha dito o quão bom ele é, as pessoas parecem não se animar quando eu falo que ele não é de ficção ou de romance e sim de vida real. Portanto quero fazer um resumão do filme (sem dar spoilers para o caso de alguém se interessar) em especial ao Setembro Amarelo, o mês de combate ao suicídio. No começo desse mês eu vi que o Netflix adicionou esse filme e eu fiquei bem curiosa quando li a sinopse porque como muitos de você sabem: eu amo filmes assim meio documentários. Logo marquei um tempinho de folga pra ver o filme e eu não sei se fiquei triste ou chocada com o que assisti.

         O filme conta a história de Jessica Burns, uma estudante do 1º ano de uma high school americana bem daquelas tradicionais de filmes. Aquelas que você identifica os nerds, as patricinhas e os jogadores de baseball. Sabemos que na realidade, não é bem assim e o filme mostra bem isso. Creio que ele foi feito pra tentar apagar aquela imagem de ensino médio americano típico dos filmes e mostrar a realidade deles. A escola onde Jessica estuda parece ser aparentemente normal até porque eu identifiquei a minha escola ali em algumas partes e até algumas escolas que já frequentei. E como muitas por aí, a escola da Jessica era bem fissurada com o índice de ensino e a colocação no país.


"Nós somos o primeiro colégio público a chegar aos 100 melhores. E não apenas 100, somos o número 10 do país." - diretor da escola no começo do filme.
         A Girl Like Her (baseado em milhões de histórias por aí) é um filme que se baseia em um documentário. As filmagens não são tão profissionais como as de um filme, existe um entrevistador falando com os alunos da escola e mostrando o cotidiano por lá já que a escola é a única pública nas primeiras colocações. No começo das gravações fictícias do documentário, uns rumores começam a se espalhar na escola que Jessica Burns havia tentado suicídio e todos estavam cochichando pelos corredores e isso é claro chamou a atenção da equipe de gravação que quis se aprofundar. Até porque isso seria interessantíssimo para ser abordado quando falassem da melhor escola pública, né? Um suicídio na melhor escola pública?

        Entre as cenas do documentário em que uns estudantes falavam da vida na escola e outros das fofocas e dos detalhes do que souberam de Jessica, o filme real mostra o que tem por trás do suicídio da menina de uma forma muito muito tocante. Logo no comecinho do filme, várias gravações mostram Jessica e seu melhor amigo em seu quarto enquanto ele fala que seria bom começar a gravar o que acontece com ela todos os dias.

Reprodução: Netflix

No início não sabemos o porquê de gravar as coisas que acontecem com ela e tem até um supensezinho na maior parte do filme. Por que Jessica Burns tentaria suicídio quando ela aparentemente tem uma vida normal?


Reprodução: Netflix

Você começa a perceber que algo sério acontece com Jessica quando o melhor amigo também grava Jessica pela sua câmera e em menos de 10 minutos de filme, a cena real do suicídio da menina é capturada pelo broche/câmera e exposta pra quem assiste.

Reprodução: Netflix

Reprodução: Netflix

Reprodução: Netflix

     Confesso que eu fiquei ainda mais curiosa pra ver o filme quando a cena da mãe dela a encontrando jogada no chão foi gravada pelo broche. É nesse momento que seu coração aperta por ver uma cena tão real em casos de suicídio. Logo o cenário volta para a escola e é confirmada a entrada de Jessica na UTI pela tentativa de suicídio. A escola vira um caos e infelizmente (ou felizmente) o documentário grava tudo e quer mostrar o ponto de vista dos alunos até os professores. E aí começam a especulações sobre o motivo de tudo isso. Por que Jessica faria isso? Cada aluno tem uma opinião diferente quando a entrevistadora os questiona, porém a maioria cita a ex melhor amiga de Jessica, Avery Keller. Claro que os entrevistadores ficam loucos para conhecer a bendita menina que todos falam com a cara assustada. Avery seria a representação da divisão em panelinhas na escola. Como eu disse no início do post, as escolas americanas são retratadas bem esteriotipadas nos filmes, mas isso não quer dizer que não existam panelinhas e preconceitos entre grupinhos. 

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Reprodução: Google Images
      
         Quando a equipe de filmagens avista Avery, já percebo um clima de Meninas Malvadas no ar. Parecia que ali em Avery estava Regina George em sua pele de cordeiro. Depois de muitas perseguições por mais informações sobre Jessica, Avery fica impaciente e chega a falar que nem via mais Jessica direito pelos corredores e que elas um dia já foram amigas. Os alunos continuavam ainda mais o burburinho sobre Jessica e Avery e agora a pergunta circulada era "Avery fez Jessica se suicidar? Mas por quê?". 

"Eu não sei porque ela me odeia tanto." - Jessica Burns

A equipe do documentário tem uma brilhante ideia de se aprofundar na vida de Avery já desconfiando pelas descrições de maldosa que as pessoas davam. A estratégia era convidar Avery para participar do documentário de verdade, ela mesma gravaria com uma câmera um daily vlog mostrando sua rotina como a menina mais popular da escola e como é a vida na casa de uma popular? Em várias gravações de Avery vemos algumas maldades simples que ela e suas seguidoras falavam para algumas meninas que tentavam aparecer no seu caminho. Coisas simples, mas que sabemos que dói em qualquer um. Em casa Avery mostra a decepção e a vergonha que sente da sua família: seu pai que só assiste jogo de futebol o dia todo, sua mãe que reclama de tudo e inclusive do marido, o irmão que se revoltou com a família e ela. A mil sorrisos fora de casa e as lágrimas entre quatro paredes. 

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Reprodução: Google Images

         Depois de alguns dias o melhor amigo de Jessica resolve abrir o jogo e quebrar a promessa que fez com ela sobre os vídeos gravados. Ele entrega todos os vídeos de 6 meses de sofrimento de Jessica para a equipe do documentário pedindo que honrem a Jessica. Assim eles fazem quando procuram Avery Keller prontos para ver a reação dela ao assistir tudo de horrível que ela fez sem perceber e que causou a tentativa de suicídio de Jessica Burns, que estava por um fio entre a vida e a morte. 




Achei interessantíssimo trazer esse filme para falar sobre o Setembro Amarelo. Sinto falta de palestras e debates de combate ao suicídio em escolas e até de assistência para todos os adolescentes por aí que precisam ser guiados.


 Uma das maiores causas do suicídio é a depressão ligada à bullying e a complicações familiares. Eu nunca havia sentido tão de perto o vazio que é saber que alguma pessoa não vai mais participar da vida de quem a conhece até essas últimas semanas. Um garoto que eu conhecia partiu para o outro lado desse jeito e eu acredito que se existisse um apoio e uma atenção maior aos nossos problemas psicológicos, isso não teria acontecido. O suicida tem receio de pedir ajuda e acha que não há nada a ser feito, que nada vai melhorar... Ele não vai pedir ajuda. Mas desde quando a ajuda precisa ser pedida? Antes que haja a necessidade de pedir, é preciso conversar sem tabu e mostrar que a vida vale a pena e que tudo de ruim um dia vai passar e essa fase vai te fazer ainda mais forte no futuro. Tudo acontece por uma razão.


FALAR É A MELHOR SOLUÇÃO!

Mais informações:


Comentários

  1. Clara,
    achei maravilhoso o teu incentivo de divulgar mais sobre isso. Muitas pessoas não tem noção de como é delicado esse assunto. É triste ver a quantidade enorme de números, de tentativas, mortes, ou qualquer coisa ligada.
    O bullying realmente é o maior motivo para que tudo isso aconteça. Por conta disso, acho que pra prevenir o suicídio, devemos ter que evitar os motivos maiores. Bullying é algo que se for passado para as crianças desde pequenos tudo o que se pode fazer. É capas de poder reverter essa situação.
    Eu adorei saber desse comentário, e da história da Jessica, e é bom que focaram tanto na "vilã" da história. Acho que toda pessoa que comete certas atitudes, por trás sempre esconde alguma mágoa.
    Adorei o post! Demais!
    https://radioactivebookss.blogspot.com.br

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    1. É verdade. Eu fico com muita raiva disso porque não consigo me calar e só observar tudo acontecer ao meu redor. Sim! A parte da vilã é a chave de tudo. Ninguém faz coisas erradas porque faz e sem motivos. E nesse caso ela mal percebia o que fazia porque só queria se livrar dos próprios problemas...
      Obrigada, Jessica!! Um beijão <3

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  2. Oi
    me interessei em assistir e gostei da iniciativa do poste, na cidade que moro já aconteceu casos assim, na cidade que fiz faculdade já aconteceu também inclusive de uma aluna frustado com os professores e acho que o mais recente foi mês passado colega de turma de uma conhecida. Isso é algo horrível, principalmente quando é motivado pelo Bullying já que destrói a vida de muitas pessoas.

    momentocrivelli.blogspot.com

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    1. E ainda é uma assunto considerado tabu e isso e impede que a gente converse abertamente e previna novas tentativas :(

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  3. Adorei a postagem e é bom que os blogs tenham opinião expostas, para que possamos conscientizar nossos leitores.
    O filme parece ser muito interessante e fiquei curiosa.♥
    Art of life and books.

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    1. É preciso mais disso na blogosfera! E é sim, é surpreendente! <3

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  4. Eu adoro qundo acho um blog que faça tipo de post assim expor a opinão e tido parabens garooouuuuuuuta <3
    Fica com deus sua linda juizo no corpo e na alma,
    Um beijo da Ju Margarida.
    Ei venha me ver mais vez em to te esperando la no blog moça

    BLOG:
    http://www.politicamenteincorreta.com/

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    1. Eu amo fazer posts assim. São meus favoritos por aqui <3
      Obrigada Ju!!! Um beijão pra você <3

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  5. Adorei a resneha..to te seguindo no GCP e facebook…
    bjs

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  6. Arrasouuuuuuuuu!

    http://amebatom.blogspot.com.br/

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  7. Nossa adorei o post
    Muito obrigada pela visita volta sempre adorei
    Beijinhos
    CantinhoDaSofia /Facebook /Intagram
    Tem post novos todos os dias

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  8. Este comentário foi removido pelo autor.

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  9. Me lembrou o livro "Os 13 porquês." Tbm acho que esse tema deveria ser mais abordado, principalmente nas escolas.
    Adorei a resenha.
    Beijos
    Amanda Elias
    www.blogemcomum.com.br/
    Twitter - @blogemcomum / Insta - @blogemcomum / Fanpage Em Comum

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    1. Já li esse livro e realmente é bem parecido a temática sim. E deveria ser um assunto do nosso cotidiano, mas né infelizmente....
      Um beijão, Amanda <3

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  10. Amei a campanha e super apoio. E esse filme eu quero muito ver porque adoro quando baseiam em fatos reais.
    Esse caso me lembrou uma Youtuber que gravou um vídeo com plaquinhas PeB e depois se matou. =/
    Beijos. ♥

    Diário da Lady

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    1. Sim! Amanda Todd! Eu já falei sobre ela em um trabalho uns 3 anos atrás e até hoje não esqueço do vídeo dela :(

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  11. parece ser bem interessante!
    é um assunto que deveria ser abordado com mais frequência e intensidade, é muito sério!

    xoxo
    Guria do Século Passado

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  12. Que indicação maravilhosa, fiquei super curiosa para conhecer essa série. Amei a iniciativa de você compartilhar o setembro amarelo por aqui! ❤

    www.kailagarcia.com

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    1. Assim que soube do Setembro Amarelo senti a necessidade de trazer pra cá haha <3

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  13. Olá, Clara.
    Parabéns pela postagem, está ótima. É bom ver tantas pessoas se mobilizando para falar de um assunto que infelizmente está acontecendo a nossa volta o tempo todo. Eu me interessei e vou procurar para assistir. Também nunca assisti nada assim, só li, e acho que vou gostar.

    Blog Prefácio

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    1. Sim. É muito bom, acho que é o tipo de filme que qualquer um fica sentido infelizmente.

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  14. Eu amei muito o seu post! Esse é um tema super pouco explorado e que com o setembro amarelo ganhou uma força enorme e necessária!
    Beijos
    BlogCarolNM
    FanPage

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    1. Exatamente. Infelizmente é preciso campanhas como essa para alertar a população :(

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  15. Eu não conhecia esse filme/documentário, parece ser muito bom!
    Ah, e eu gostei bastante destas informações da imagem amarela...


    ✯ Instagram ✯✯ Blog Diamante Turquesa ✯✯ Fan Page ✯

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    1. São preciosas pra quem precisa e eu acho que deviam ser veiculadas ainda mais!

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  16. Such a nice post! I would really like to see this movie. And I like the way you added information about the topic of Suicide.

    I am following you back via GFC, thanks for following me.


    Walking Freckle

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    1. Yeah! Thanks! Unfortunately, it's necessary a good talk about it!
      Thanks for your visit <3

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  17. Nice post!
    What you think about follow each other on GFC and instagram (if you want)?
    Follow me, let me know and I follow you ^__^
    http://instagram.com/st_bakay/
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  18. Respostas
    1. Eu sou a freak do Netflix então procuro saber sobre todos os filmes e séries que me indicam por lá haha beijão!

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  19. Oi Clara, o filme parece ser super interessante, especialmente nesse mês de conscientização a respeito do suicídio. Adorei a indicação!

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  20. Oiii Clara! Seu blog está lindo *--* eu não conhecia esse filme/documentário, mas achei o enredo maravilhoso! Infelizmente a sociedade ainda trata esse assunto como tabul, mas vemos que o assunto vem crescendo, sendo nos livros ou filmes! Só que nem todo mundo tem acesso a isso né?! Também sinto falta de falarem isso em palestras nas escolas ou em convenções mesmo :/ e já vi vários blogs se unindo e falando sobre a causa! Com certeza vou compartilhar *--* seu post ficou maravilhoso <3

    *Beijokas -Hellen Barros.

    www.apenasgiz.com.br

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    1. Obrigada, Hellen!!! Exatamente. Sonho em um dia isso tudo ser assunto do cotidiano! Obrigada! Era o meu objetivo mesmo, fazer minha parte de algum jeito sabe?
      Um beijão pra você <3

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  21. Ainda bem que o Netflix abraçou essa causa colocando esse filme lá, né? O interessante é que temos a pespectiva tanto da agressora quanto da vítima, e vemos que tudo parte de alguma coisa, não é do nada, sempre tem uma razão, ás vezes não resolvido que acaba por se transformar em uma tragédia. E acho que a pior agressão é essa, moral, que fere na alma. ♡ xoxo, Blog B de Bia

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