RESENHA: Jardim de Inverno - Kristin Hannah

Jardim de Inverno
Kristin Hannah
Editora: Novo Conceito
Ano: 2013
Páginas: 416
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Sinopse: Meredith e Nina Whiston são tão diferentes quanto duas irmãs podem ser. Uma ficou em casa para cuidar dos filhos e da família. A outra seguiu seus sonhos e viajou o mundo para tornar-se uma fotojornalista famosa. No entanto, com a doença de seu amado pai, as irmãs encontram-se novamente, agora ao lado de sua fria mãe, Anya, que, mesmo nesta situação, não consegue oferecer qualquer conforto às filhas. A verdade é que Anya tem um motivo muito forte para ser assim distante: uma comovente história de amor que se estende por mais de 65 anos entre a gelada Leningrado da Segunda Guerra e o não menos frio Alasca. Para cumprir uma promessa ao pai em seu leito de morte, as irmãs Whiston deverão se esforçar e fazer com que a mãe lhes conte esta extraordinária história. Meredith e Nina vão, finalmente, conhecer o passado secreto de sua mãe e descobrir uma verdade tão terrível que abalará o alicerce de sua família… E mudará tudo o que elas pensam que são.

         Meus olhos ainda ardem e minha cabeça dói. Resultado de mais de quatro horas seguidas lendo Jardim de Inverno, mas também por ter chorado tanto a ponto de soluçar e não conseguir respirar. Faz tempo que uma amiga tinha me indicado essa leitura, mas só esse ano pude comprar o livro de uma menina que estava se desfazendo dele e eu realmente não entendo o porquê de ela ter feito isso. Esse com certeza é um dos melhores livros que já li na minha vida e agora entendo o "#1 do The New York Times" estampado na capa. Mereceu o primeiro lugar e merece ser lido por todos que amam a leitura. 

"Você ficaria surpresa com o que o coração humano pode suportar."

         O livro é narrado em terceira pessoa e conta a história de duas irmãs totalmente diferentes e que seguiram rumos afastados em suas vidas, mas o que elas tem em comum é um pai amoroso e uma mãe distante e fria que não as ama. Meredith e Nina se aproximam da mãe quando seu pai adoece e as faz prometer que irão insistir até ouvir sua mãe, Anya, contar a história do príncipe e da camponesa. É assim que elas começam a investigar o passado doloroso da mãe e o motivo por trás de tanta frieza por parte de Anya. 

       Confesso que no começo do livro peguei ranço de Anya. Como seria possível uma mãe não sentir um mínimo amor que seja pelas filhas? Isso machuca demais! Eu não consigo imaginar o que Meredith e Nina passaram com a ausência de sua mãe da juventude e o quanto isso refletiu em como seguiram com suas vidas. Foi depois da metade do livro que tudo começou a ficar interessante, justamente quando Anya começa a contar a tal história do príncipe e da camponesa ambientados na Rússia Czarista nos tempos da Segunda Guerra Mundial. 


        A cada capítulo do livro, em meio à história de Anya sobre a camponesa, eu sentia meu coração apertar cada vez mais. Sempre não gostei de estudar guerras no meu tempo de escola, mas se eu tivesse lido Jardim de Inverno antes, me recusaria a estudá-las. É horrível ver que a realidade daquela época, com a Rússia em guerra, era tão triste. Pessoas morrendo de fome, comendo objetos cozinhados e tomando seus próprios sangues para não morrer de fome. O tempo em que andar nas ruas e ver cadáveres congelados e azuis de frio era normal, onde bombas caindo nas ruas era rotineiro. Saber se estaria vivo amanhã era a maior dúvida de cada um. A  escrita de Kristin Hannah me levou a um cenário triste e horrível, senti meu coração doer e as lágrimas desceram tão violentamente quanto quando descobri que meu avô havia morrido, em 2012. Aquela foi a primeira vez que chorei por tristeza de verdade, aquela que doía meus ossos e eu não tinha o que fazer para mudar aquilo. Foi isso que aconteceu com Jardim de Inverno, chorei a ponto de ter que me acalmar pra conseguir respirar direito, mas eu estava consumida pela tristeza e por viver numa realidade tão diferente e perfeita em relação a época da Segunda Guerra Mundial. 

      Jardim de Inverno é certamente um livro maravilhoso pra te fazer valorizar a vida e a ter mais empatia pelo próximo. Me interessei nesse assunto da Segunda Guerra Mundial e da Rússia e quero me aprofundar nesse assunto, com certeza. Já entrei em contato com um amigo russo que não falo há muitos meses e estou quase desesperada para saber como a guerra atingiu a Rússia e destruiu famílias. Mais do que saber sobre a história das famílias, quero conhecer a Rússia. Isso raramente acontece comigo quando leio um livro, mas devo tudo isso à Kristin Hannah.



       Agora me diz, tem coisa melhor que a leitura que te transforma pra melhor e te transporta pra outros cenários e te faz se colocar no lugar de outras pessoas? E ainda me perguntam por que gosto tanto de ler. 

Comentários

  1. Oi Clarissa, faz tempo que me indicaram tb esse livro e já até tinha me esquecido dele, ainda bem que vc postou! E devorou o livro rapidamente \o/ Pela resenha parece ser ótimo, gostei de vc ter me lembrado dele! Adorei sua resenha!

    Bjs, Mi

    O que tem na nossa estante

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    1. É realmente muito lindo, Mi. Acho que quem curte esse tipo de leitura vai gostar bastante <333

      Beijos

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  2. Oi, Clarissa!
    Menina do céu, esse livro realmente mexeu com você.
    Eu nunca fui muito atrás pra saber do que se tratava a história. Agora que sei que tem um pouco de Segunda Guerra Mundial e Rússia, fiquei interessada no livro.
    Beijos
    Balaio de Babados

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    1. Mexeu demaaais! Fiquei depressiva depois de ler lido e acho que nunca mais vou esquecer o sentimento que ele trouxe <3

      Beijoss

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  3. Oie! O livro me atraiu bastante pela capa, e também pela história. Achei interessante a parte da mãe não amar as filhas e quis saber o que aconteceu... mas eu também não curtia as aulas de histórias e acho bem maçante, então talvez isso fosse um impecilho pra eu ler o livro x) Talvez seja por isso que a menina que você comprou o livro não curtiu ele x) Adorei a resenha <3

    Beijinhos
    tipsnconfessions.blogspot.com

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    1. É bem pesado ler a relação das filhas com a mãe, mas o que predomina mesmo é a história e a IIGM. É verdade, mas acho que mesmo falando sobre a guerra ele consegue te prender e te apaixonar <3

      Beijoss

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  4. Sério que esse livro fala sobre a IIGM? Não dava nada por ele, fiquei com vontade de ler após sua resenha. Obrigada.
    Beijos
    5 O'clock Tea

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  5. Estou adorando ler histórias com essa pegada. Não conhecia a obra, mas já me interessei e entrou pra minha lista de desejados. Livros que fazem refletir é maravilhoso

    Beijos

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    1. Livro pra refletir é muito importante e esse certamente te faz pensar muito e chorar também hahhaha

      Beijoss

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  6. Oi, Clarissa. Já vi o livro por aí mas eu nunca me interessei, a capa não me chama atenção. Eu não curto histórias que contam períodos de guerra, acho que isso mexe de maneira negativa comigo, por isso talvez eu não leia a obra. Mas é muito bom ver o quanto o livro te emocionou, tomara que faça isso com outros leitores.
    Beijos
    http://www.leitoraencantada.com

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    1. Tem gente que realmente não consegue ler esse tipo de livro, eu entendo, até acho que se eu não tivesse em um período estável na minha vida não conseguiria ler também

      Beijoss

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  7. Clarissa do céu, não sabia que esse livro era tão maravilhoso assim. Amei sua resenha e já fiquei imaginando mil coisas. Sempre gostei de estudar história, apesar da tristeza que é saber dos tempos de guerra. E esse livro retratando isso tudo me deixou super curiosa, já anotei sua dica e assim que der eu vou ler. Minha lista ta enorme mas sempre cabe mais um rsrs.

    https://submersa-em-palavras.blogspot.com.br/

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    1. É LINDO! Eu não gosto muito desse lado da história justamente pelo sofrimento, mas vale muito a pena ler o livro viu? Espero que consiga ler!

      Beijoss

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  8. Oi Clarissa, tudo bem?
    Já me indicaram esse livro, mas ainda não conferi. E eu simplesmente amei essa capa.
    Blog Entrelinhas

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    1. É linda né? Achei bem delicada, ao contrário do livro haha.

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  9. Acabei de ler! Gosto de livros históricos. A história protagonizada por três mulheres fortes que ao se conhecerem passam por mudanças internas.

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  10. Oi, chego com comentário atrasado alguns anos kkkkk estudei as guerras numa aula de História na 6a série, meu pai adorava ver filmes nesse gênero e eu, recentemente, procuro obras que abordem o assunto (mesmo dentro de dramas e romances ficcionais), por curiosidade mesmo. Li este livro recentemente, não cheguei a chorar, mas durante a história que a mãe contava ás meninas, fui ligando os pontos e entendendo o que havia se passado, os acontecimentos que tornaram Anya/Vera tão fria com as filhas e os relatos dela me remeteram à Anne Frank. A quem aprecia esse tema, indico também O diário de Anne Frank, É isto um Homem (Primo Levi) e Inverno do Mundo (Ken Follett), igualmente maravilhosos. Boa leitura e amei a resenha. (Taty Star)

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